- Os livros de papel ainda seduzem os leitores.
Numa análise apressada, os últimos resultados do mercado editorial brasileiro confirmam as expectativas de quem acredita no fim do livro de papel. O número de exemplares vendidos no Brasil caiu 7,36% em 2012. 0 faturamento do setor cresceu apenas 3,04% em comparação com 2011. Boas notícias, só para os livros digitais, cujo faturamento cresceu 343%. As previsões sombrias sobre o futuro do livro impresso podem, porém, ser precipitadas. A queda nas vendas deve-se, em grande parte, à diminuição no número de livros comprados pelo governo, um fenômeno sazonal. O crescimento dos e-books, apesar de expressivo, é ilusório. Em 2012, eles representavam 0,1% do faturamento das editoras.
Com a chegada da Amazon, Google, Kobo e Apple ao país, esse número deverá crescer. Mas há um limite. Nos Estados Unidos, o crescimento dos livros digitais começa a desacelerar. O faturamento dos e-books cresceu 41 % em 2012. Nos anos anteriores, o número fora superior a 100%. Analistas preveem que a participação dos livros digitais se estabilize em 30% do mercado. Uma pesquisa revela que 97% dos compradores de e-books continuam a ler livros de papel. O apocalipse digital, antes visto como uma questão de tempo deverá ficar apenas na imaginação. O papel e os bits continuarão a coexistir.
Revista Época, n° 793 (05 Ago.2013), p.12.